A Baixada Fluminense conta com vastas extensões de Mata Atlântica ainda preservada. É o caso das Áreas de Proteção Ambiental (APA) do Parque Municipal de Nova Iguaçu, da Reserva Biológica Federal do Tinguá, e do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que se estende pelos municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis. No entanto, a urbanização mal planejada e a poluição, entre outros fatores, são responsáveis por colocar diversas espécies da fauna em risco de extinção, não apenas na região, mas em todo o Estado.
Confira a lista dos 10 animais que podem desaparecer do território fluminense, caso não sejam preservados. A listagem é baseada na campanha ‘Abrace essas Dez!’, da Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Veja ainda dicas que podem fazer a diferença para a preservação destas espécies e para o meio ambiente em geral!
Preguiça-de-Coleira: Chegando a pesar até dez quilos, essa é a maior e mais pesada preguiça do gênero. Caracteriza-se por uma coleira negra de pelos longos ao redor do pescoço e as fêmeas tem apenas um filhote por ano, que ganham independência entre os 8 e 10 meses. Jovens e indefesos, esses animais são presas fáceis para outros predadores.
Formigueiro-do-Litoral: Apesar do título de papa-formigas, essa ave se alimenta também de insetos como grilos e mariposas. É a única ave endêmica da restinga, por isso corre sérios riscos de extinção, já que seu restrito território tem sido destruído para construção de casas de praia e condomínios.
Lagarto-branco-da-areia: Esse pequeno lagarto vive apenas na região de praias das restingas. Aranhas, formigas, besouros e larvas fazem parte da sua alimentação. Seus predadores naturais são o caranguejo maria-farinha, o anu-branco e a coruja buraqueira. A ocupação humana em seu território reduziu sua população em 30% nos últimos anos.
Muriqui: Maior primata sul-americano, chegando a pesar até 15kg. Estima-se que existam apenas 850 indivíduos dessa espécie, eleita o símbolo da Região Turística Caminhos da Serra.
Jacutinga: A caça e a destruição do habitat dessa espécie resultaram numa drástica diminuição de seus indivíduos. De grande porte, o animal é conhecido por possuir uma mancha branca na asa e garganta vermelha. Atualmente, projetos de reprodução em cativeiro têm sido mantidos para preservação.
Cágado-do-Paraíba: Espécie típica do rio Paraíba do Sul, apresenta cabeça estreita e plastrão amarelo. As fêmeas costumam ser maiores que os machos, tanto em comprimento quanto em peso. O período de desova ocorre no final dos meses chuvosos e a incubação dos ovos dura pouco mais de seis meses.
Boto-Cinza: Aparece no brasão da cidade do Rio de Janeiro, também conhecido como tucuxi, pirajaguara e boto preto. É um animal que costuma viver em grupos e as fêmeas dão a luz apenas um filhote por ano. Devido à pesca predatória e poluição do local, esse animal entra para a lista de ameaças de extinção.
Tatu-Canastra: Maior tatu existente, normalmente só se encontra com outros da espécie na época de acasalamento. Visão e audição são pouco desenvolvidos, porém possui um olfato extremamente aguçado. Alimenta-se de cupins, formigas, minhocas, larvas e outros insetos.
Mico-Leão-Dourado: Sua pelagem varia de dourado a alaranjado e possui uma juba característica. Estima-se que atualmente existam menos de mil indivíduos dessa espécie que, desde os anos 70, está na lista de animais em perigo de extinção. A reprodução em cativeiro e a translocação desses animais fazem parte de algumas medidas de preservação do Mico-Leão-Dourado.
Surubim-do-Paraíba: Bagre de grande porte, sua dieta consiste em outros peixes e crustáceos. O Surubim-do-Paraíba possui hábitos noturnos e já foi alvo da pesca predatória profissional. Hoje em dia, está na linha crítica de animais endêmicos da Mata Atlântica, que correm sérios riscos de extinção.
Você pode fazer sua parte! Denuncie crimes ambientais, como tráfico de animais, e respeite a flora e a fauna. Ao visitar parques e reservas, é fundamental seguir algumas recomendações para a preservação do meio ambiente e também para a sua segurança:
- Nunca entre na mata sem a companhia de um guia. Ele é o profissional que conhece o local e conduzirá o trajeto de forma segura, além de estar preparado para emergências.
- Não abra caminho pela mata cortando galhos e folhas. Isso destrói a vegetação, perturba os animais e pode ser perigoso.
- Não toque nem alimente os animais. Eles estão em seu habitat natural e não estão acostumados a serem tocados. Além disso, um alimento diferente de sua dieta natural pode causar desequilíbrios e intoxicação.
- Muita atenção com o seu lixo! Nada deve ficar para trás, principalmente sacolas plásticas, que são muito leves e podem ser facilmente carregadas pelo vento, além de demorar mais de 100 anos para se decomporem.
Desfrute a oportunidade de observar a vegetação e os animais com prudência e consciência, respeitando e preservando a Mata Atlântica.
Fonte: Baixada Fácil
Imagem: Reprodução site do Governo do Rio de Janeiro / campanha ‘Abrace essas Dez!’, da Secretaria de Ambiente do Estado